BLOG PARA TITIAS, SOBRINHOS E SOBRINHAS

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quinta-feira, 24 de março de 2011


Contando...Um encontro


Vem cá. Me da as tuas mãos.Agora deixa-as assim, abertas desse jeito, pronto.
Toma. Segura só um pouco o meu coração. Sente como pesa,como arde,como teima? Esquece, não fala nada agora, só me olha. Fica tranqüilo. Não quero promessas. Não vou pedir que cuides dele, nem que meças palavras e atos para não arranhá-lo.
Só quero que agora, nessa exata hora, o sinta, o conheça, o queira ou não queira. Eu aceito devolução.
Tô sabendo, isso vai me custar um embaraço,um entalo,um branco no meu vocabulário já tão ralo; vou me confundir, as palavras vão fugir mas não as culpo, quando a armadura cair eu sei, também vou querer escapulir, mas olha.
Daqui eu não saio se não sair, isso que eu não sei o nome, isso que eu sinto que nunca senti.
Empresta-me teus ouvidos, um tantinho do teu sossego? Não precisa chegar tão perto, fica aí mesmo; tua respiração pertuba a minha, e hoje preciso de fôlego, de calma pra te falar dos meus medos, de apertos tão inteiros, de sonhos tão urgentes.
Escuta…espera…eu,eu,eu…te quero!De um jeito que é estranho, que é meu, louco, novo, sincero! Eu gosto disso; me faz sentir ainda mais menina, mais tonta, mais aérea! Ao mesmo tempo que me faz sentir medo,
como criança do escuro e dor que eu pensei ser só de adulto. É gosto e desgosto. Vento nos cabelos e de repente paralisia.
É morder os lábios de desejo bom pensando em ti, e feio me ferir ao perceber que não estás aqui; ao alcançe dos meus dedos, das mãos, dos pés, da boca, da música que eu canto, dos poemas que eu leio.
Eu cansei de dividir meu quarto, minhas gavetas, minhas horas, minhas letras com as dúvidas. Pra falar a verdade, nunca gostei delas, odeio gente espaçosa. Pensando bem, isso de odiar certas coisas é relativo.
Pois pra você, faria cópia da chave do meu ser, da minha casa, e ao te entregá-la, diria:
-Entre, fique à vontade, descubra cada canto e recanto de mim.
Mas não me invada, não me arrombe as portas se as chaves te dei nas mãos.
Desculpe! Às vezes não percebo se tiro os pés do chão.
Eu falava de dúvidas não é? Pois bem, como dizia, estou cansada delas. E esse cansaço foi quem me trouxe até aqui.
Estou Cansada de mostrar um sorriso que não é meu, de fingir que não sinto tudo quando você passa, e como quem não quer nada, dá um bom dia.
Cansada de conversas tolas, perguntas soltas(será que vai chover?e ai?oi,tchau.)
Quando o que eu queria é falar dessa imensidão que eu sinto, e que às vezes duvido,será que me cabe?
Não, agora nao mais. Sentimento cresce sabia?Eu sei, porque foi eu quem lhe deu de comer, quem o vestiu de esperança todo dia, quem por vezes a tirou também.
Por isso vim aqui,dividí-lo,em partes, com os teus ouvidos. Cansada de falar com as paredes, e por certo elas também estão, de me ouvir.
Cansada de enigmas, de querer decifrar as tuas linhas, os teus olhos, a tua contradição. Cansada de crêr em certezas tão certas quanto a certeza da chuva amanhã.
Eu quero a verdade nua e crua, dita pela tua boca e depois constatada nos teus olhos. Eu quero saber dos teus pensamentos, dos teus medos,dos teus desejos, mesmo que eu não esteja entre eles, mesmo que eu não seja um deles. Quero até mesmo saber, quem é outra, que agora ocupa o teu peito. Quero, nem que isso rasgue o meu.
Quero desperdiçar essa estranheza que há entre nós, até que não reste rastro dela.

• Não quero que nos percamos pela segunda vez sem antes nos encontrarmos;mesmo que esse encontro seja hoje,sinônimo, de despedida

Delicate Blossom
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Contando...Saudade

“Às vezes a saudade é tão grande que nem é mais um sentimento. A gente é saudade. É viver para encontrar o olhar da pessoa em cada improvável esquina, confundir cabelos, bocas e perfumes, sorrir com os lábios tendo o coração sufocado. Porque mesmo a saudade sendo feita para doer, às vezes percebemos que ela é o meio mais eficaz de enxergar o quanto amamos alguém, no passado ou no presente.”
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